No Digitalks 2024: Inovação para além dos silos empresariais

No Digitalks 2024: Inovação para além dos silos empresariais

Evento aconteceu em São Paulo nos dias 25 e 26 de setembro

No Digitalks Expo 2024, entre o grande grupo de influenciadores que visitaram o evento, e a exposição das mais novas features de ferramentas do digital –  também houve espaço para discutir inovação. No palco Trends, no primeiro dia do evento, Renato Carvalho, Head para a América Latina da Miro, apresentou a palestra “DNA de times inovativos”. Com passagens pelo Google e pelo UOL, o executivo trouxe a experiência dos times de alta performance de empresas digitais inovadoras, abordando como as empresas podem transformar desafios em oportunidades, impulsionando a inovação com estratégias que fomentam a colaboração e o desenvolvimento ágil.

O início da palestra destacou casos clássicos de miopia empresarial diante da inovação disruptiva. Exemplos como o da Microsoft, que não enxergou o potencial da internet, e o da Kodak, que desestimulou o mercado da fotografia digital, são emblemáticos. Porém, Carvalho levou a discussão para um cenário pós-pandemia, com equipes distribuídas em fusos horários distintos, uma realidade bem conhecida por aqueles que atuam no mercado global.

Carvalho apresentou um estudo da Miro junto a executivos de todo o mundo, que aponta que a maioria dos líderes globais acredita que, sem inovação, as empresas têm uma expectativa de vida limitada, com 72,2% indicando um período de 3 a 5 anos.

Slide da palestra de Renato Carvalho no Digitalks 2024.

O contraponto é que em tempos de inteligência artificial generativa, as empresas não estão preparadas para inovar, muito embora estejam priorizando a inovação.  O estudo da BCG, Empresas mais inovadoras de 2024, aponta que em 2022, 75% das empresas priorizavam a inovação, e 20% estavam preparadas para inovar. Em 2023, o número de empresas que priorizavam a inovação subiu para 79%, enquanto a preparação caiu para 9%. Em 2024, 83% das empresas consideram a inovação uma prioridade, mas apenas 3% se sentem preparadas para inovar.

Slide na palestra de Renato Carvalho no Digitalks 2024.

Um grande desafio, junto da estratégia confusa ou ampla demais, afirma Carvalho, é a inovação em silos, que impede o fluxo de ideias, a colaboração entre departamentos, e pode aumentar a duplicidade de esforços, levando a decisões mais lentas.

Carvalho também  trouxe a perspectiva de times de alta performance na qual o trabalho em equipe passa a ser mais importante que o trabalho de indivíduos. Mais do que a capacidade intelectual de cada membro do time, vale ter um time imerso na cultura da inovação, com “Psychological Safety”. O termo se refere ao ambiente em que os membros de uma equipe se sentem seguros para expressar ideias, fazer perguntas, admitir erros e propor soluções sem medo de punição ou ridicularização. Este conceito foi amplamente estudado por Amy Edmondson, professora da Harvard Business School, que definiu a segurança psicológica como uma condição essencial para o bom desempenho de equipes.

Dentro de um time voltado para a inovação, a segurança psicológica é ainda mais crucial, sustentou o executivo, pois a inovação envolve riscos, experimentação e, muitas vezes, o fracasso. Um ambiente onde os membros da equipe se sentem à vontade para correr esses riscos sem medo de consequências negativas fomenta a criatividade e a colaboração. Isso ocorre porque os funcionários são mais propensos a compartilhar ideias originais, experimentar novas abordagens e admitir quando algo não funciona, o que permite ajustes rápidos e aprendizado contínuo.

Outro conceito abordado na palestra foi de Customer Centricity como propulsor do crescimento, uma vez que quando todas as áreas colocam o cliente no centro de suas decisões, a empresa passa a focar na personalização, na inovação orientada pelo próprio cliente – que pode não ser disruptiva, mas traz lealdade e retenção e, com isso, reputação vinculada ao cuidado e confiabilidade.

Estamos em um cenário de constante mudança, em que o sucesso das empresas depende de sua capacidade de inovar de maneira colaborativa e ágil. Neste contexto, ferramentas que facilitam a troca de informações, estimulam a experimentação e promovem a visualização clara de projetos são fundamentais para esse processo. Ao integrar equipes e reduzir barreiras internas, como a inovação em silos, as organizações conseguem transformar desafios em oportunidades de crescimento, criando um ambiente de trabalho mais dinâmico e preparado para enfrentar as complexidades do mundo moderno. No final, o conceito da palestra é o de que a chave para a inovação está na união de colaboração, segurança psicológica e um foco constante nas necessidades do cliente, ou seja é a cultura, sedimentada por plataformas modernas de colaboração.

Vanessa Sensato

Vanessa SensatoVanessa Sensato é jornalista com mais de 15 anos de experiência em Comunicação nas áreas de inovação e empreendedorismo. Tem experiência na construção de reputação e na promoção e gestão de parcerias internacionais, envolvendo os setores público e privado.


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