Neste dia 17 de Maio de 2023, Dia Mundial das Telecomunicações e da Sociedade da Informação, o tema escolhido pela União Internacional de Telecomunicações é “Empoderando os países menos desenvolvidos por meio de tecnologias da informação e comunicação”.
De acordo com a União Internacional de Telecomunicações (ITU), em 2022, 66% da população mundial esteve presente online, enquanto apenas 36% da população dos países menos desenvolvidos se conectaram à rede. Esses números demonstram que o abismo da inclusão digital é ainda um problema complexo e bastante presente na atualidade.
É por essa razão que a Quinta Conferência sobre os Países Menos Desenvolvidos (LDC5) estabeleceu metas bastante ambiciosas para um novo programa das Nações Unidas, que visa entregar desenvolvimento sustentável para todas as nações até 2030. Porém, a poucos anos de distância dessa meta, ainda há muito a ser feito.
Comemorado todo dia 17 de Maio, ocorre desde 1969 a partir da Primeira Convenção Internacional de Telegrafia e no dia de aniversário da ITU, que foi fundada em 1865. É um dia voltado à compreensão das temáticas envolvendo a troca de informações e a comunicação num âmbito geral, levando em consideração as tecnologias que transformam esses processos com o passar do tempo.
Ano após ano em que a comunicação e as relações humanas se transformam por conta da internet e dos meios digitais, mais complexa se torna a questão da conectividade global. Não mais é suficiente somente criar meios para que as pessoas estejam conectadas à internet, mas sim pensar maneiras para que essa experiência seja realizada de forma segura, saudável, produtiva e que seja acessível.
No entanto, esse desafio se torna ainda maior quando estamos falando de países que não dispõem do aporte financeiro e tecnológico para acompanhar a transformação digital. Nessa corrida global pela digitalização, os países menos desenvolvidos acabam ficando para trás. O Dia Mundial das Telecomunicações e da Sociedade da Informação é um lembrete e um catalisador para que essa transformação seja possível para todas as nações.
Países menos desenvolvidos são assim considerados por exibir baixos indicadores de índices socioeconômicos, de acordo com critérios avaliados pelas Nações Unidas. A lista da organização aponta 46 países com esse status, 33 no continente Africano, 9 na Ásia, 3 no Pacífico e 1 na América Central.
A lista completa pode ser conferida aqui.
A União Internacional de Telecomunicações apresentou um relatório que reúne dados sobre a situação da conectividade nos países menos desenvolvidos, trazendo à tona informações relevantes sobre a exclusão digital, com intuito de usá-las como ferramenta para a adoção de medidas para eliminar a situação.
Vamos conferir, abaixo, alguns insights relevantes que o material nos traz:
Em relação ao uso da internet, há um gráfico que demonstra em azul escuro o uso da internet a nível global, baseado no total da população mundial, enquanto em azul claro se tem a quantidade desse total que é pertencente a países menos desenvolvidos.
Somente 36% da população de países menos desenvolvidos esteve online nos últimos três meses contando a partir da data da pesquisa realizada. São 407 milhões de pessoas online, contra 702 milhões que ainda continuam sem ter acesso devido à internet.
De acordo com os dados apontados no relatório, a internet móvel é a maneira principal —e muitas vezes única— de se acessar a internet nos países menos desenvolvidos. Como é possível inferir a partir do gráfico, grande parte desse acesso é via 3G. Ainda assim, o relatório aponta para a informação de que apenas 83% do território correspondente à população dos países menos desenvolvidos tem cobertura de internet móvel, contra 95% do território do restante da população mundial.
Em outras palavras, apesar da conexão 3G ou superior ser a principal forma de acesso à internet nesses países, 17% destes no total não possuem tal cobertura.
Os dois gráficos acima representam a porcentagem da renda per capita bruta que o preço de serviços banda larga representa em países menos desenvolvidos. O gráfico azul, à esquerda, é referente às redes apenas de dados, enquanto o verde, à direita, representa a banda larga fixa.
O relatório aponta que o preço de uma assinatura de banda larga móvel com uma franquia mensal de 2 GB equivale a quase 6% da renda mensal média nos países menos desenvolvidos, o que é cerca de quatro vezes o custo médio de 1,5% em todo o mundo. Como demonstra o gráfico, o objetivo das Nações Unidas é que o custo seja inferior a 2%, representado pela linha vermelha.
O relatório ainda traz outros dados importantes, como a comparação entre as taxas de crescimento anual no uso da internet de países menos desenvolvidos e os restantes países do mundo, recortes de gênero e idade e porcentagem entre áreas urbanas e rurais.
Para ter acesso ao relatório completo, basta baixá-lo no hub de publicações da ITU, neste link.