No Startup Summit, discutiu-se amplamente a velocidade das mudanças e a pressão que isso exerce sobre fundadores de startups e líderes empresariais. Uma conversa inspiradora destacou como o ambiente de negócios, cada vez mais fluido e imprevisível, exigirá novas competências de líderes e empreendedores. O painel contou com Alejandra Nadruz, da Softplan, Bruno Rodrigues, da GoGood, e Keitiline Viacava, da DM.Lab, que debateram os desafios da adaptabilidade estratégica.
Eles enfatizaram a necessidade de os líderes desenvolverem um processo de tomada de decisões que equilibre, de forma eficaz, a visão estratégica de curto e longo prazo em um cenário marcado por incertezas, disrupções e mudanças constantes.
Keitiline compartilhou uma pesquisa sobre cognição adaptativa, conduzida com mais de mil líderes de diversas organizações, que revelou que as capacidades necessárias para enfrentar o cenário atual raramente estão presentes em sua totalidade. Isso sugere que os líderes precisam combinar suas competências com as de outros para superar os desafios.
Bruno destacou que a agilidade e o volume de demandas muitas vezes impedem os líderes de tomar decisões de qualidade. Para ele, é essencial reduzir a quantidade de decisões e reservar tempo para aprofundar-se nas questões estratégicas. Ampliar o contexto e coletar mais dados possibilita decisões mais corajosas e impactantes para os negócios. Ele citou Jeff Bezos, que acreditava que um bom executivo deveria tomar três boas decisões por dia, e não mais. Para isso, é necessário saber delegar, permitindo que o líder concentre sua capacidade e experiência nas decisões que realmente importam.
Alejandra, por sua vez, argumentou que é preciso desconstruir o arquétipo do empreendedor que responde de forma imediata e toma decisões impulsivas. Em muitos casos, é necessário “dormir com a ideia”, considerar bem os cenários e analisar os dados. É fundamental separar o processo de uma boa tomada de decisão da letargia, paralisia ou covardia. Para ela, a adaptabilidade estratégica não é um evento pontual; é um processo contínuo que exige tempo. É importante considerar o contexto, interpretar bem o cenário e entender qual é o melhor momento para decidir. Algumas decisões serão rápidas, outras interativas, e algumas exigirão mais ponderação e análise individual.
Ela concluiu que as decisões são a base da adaptabilidade e devem ser vistas como um filme, e não como uma foto.
O caminho mais eficaz é observar o resultado das decisões, revisar o processo e avaliar como foram tomadas. Só assim é possível superar a dicotomia entre sucesso e fracasso, aprimorando o processo decisório, o que inevitavelmente levará a mais sucessos, especialmente em um contexto onde a única certeza é a constante incerteza.